quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Relatório Reflexivo TP 5 Unidades 19 e 20

Professora Formadora: Erenil Oliveira Magalhães
Barra do Bugres-MT Pólo: Tangará da Serra
Data: 29/08/2009

Costurando o texto

O encontro de encerramento do TP 5-unidades 19 e 20 (Caderno de Teoria/prática) aconteceu no dia 29 de agosto, no período da manhã nas dependências da Escola Municipal Guiomar de Campos Miranda. A reflexão inicial se deu com um poema de Carlos Drumond de Andrade “Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças”. Nesse poema, o autor nos leva a pensar numa escola que proporcione aos educandos meios para uma formação plena, com professores bem preparados. O texto não é apenas um amontoado de palavras ou sequência de frases. Sendo assim, faz-se necessário conhecer alguns termos ou palavras que formam os mecanismos textuais: a coesão textual. É esse o propósito dessa oficina. Primeiro, baseado no texto “coesão textual” de Maria Luiza Monteiro Sales Coroa, refletimos sobre a diferença entre coerência e coesão. Enquanto a primeira “combina” os textos no seu exterior, com a situação sócio-comunicativa, com suas finalidades, com seu contexto”, a segunda “combina” os textos no seu interior, ligando as partes de maneira a formar um todo. Esses dois aspectos de construção textual - a coerência e a coesão, são responsáveis pela interpretação significativa e coerente de um texto. A partir das considerações colocadas anteriormente, exploramos e vivenciamos situações de uso de algumas palavras responsáveis pela organização das ideias, ou seja, os recursos linguísticos que orientam a construção da continuidade de sentidos. A título de exemplificação, segue algumas dessas situações Baseados em Para entender o texto-leitura e redação (PLATÃO E FIORIN, 1995), acrescentei alguns exemplos. Assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes. O Governador resolveu não comprometer-se com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer. E assim prosseguiu com outros exemplos usando as seguintes palavras: E, Ainda, Aliás, além do mais, além de tudo, além disso, Isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras, mas, porém, contudo e outros conectivos adversativos, embora, ainda que, mesmo que, entre outros sempre com exemplos de uso dos mesmos. Segundo os autores mencionados, esses elementos não são formas vazias que podem ser substituídas entre si, sem nenhuma conseqüência. Pelo contrário, são formas lingüísticas portadoras de significado e exatamente por isso não se prestam para ser usadas sem critério. A coesão do texto é afetada quando se usa o elemento de coesão inadequado. Salientei que a coesão é parceira da coerência nos objetivos de fazer um texto ter sentido porque ela colabora para interpretação ou leituras de um texto, segundo o TP. Daí a importância de levar os alunos a se envolverem em atividades nas quais possam vivenciar o uso dos elementos coesivos, nas situações reais de produção textual. Após todas as considerações do estudo em pauta, propus, a partir de um parágrafo elaborado, e mais uma sequência de três parágrafos cada um desses com conectivo inicial, para que os mesmos produzissem, em duplas, argumentos para cada um deles de maneira que formasse um todo coerente. A princípio foi um desafio, sentiram-se de certa forma com dificuldades, entretanto, todos deram conta da tarefa. Assim, socializaram suas produções, e na medida em que isso acontecia, os demais tanto os colegas quanto a formadora, teciam comentários no sentido do significado da mensagem, a clareza da mesma com o uso dos conectivos de forma adequada. Aproveitamos o momento, discutimos e refletimos sobre algumas formas de atividades que possam ser desenvolvidas em sala, explorando o uso dos conectivos. Aqui destaquei a riqueza dessas atividades trazidas como proposta no TP, além de uma realizada por nós formadores com a professora Tamar, “a construção coletiva de um texto com figuras diversificadas”. A partir desse momento, vivenciamos a socialização das práticas o nosso “Avançando na Prática”. Houve aplicação de quatro atividades diferenciadas. As professoras Gláucia e Núbia planejaram e aplicaram com suas turmas as atividades das páginas 196 e 197; Segmentar um texto em partes para que os alunos em grupos possam “reconstruí-lo ” com sequência lógica. Os depoimentos foram positivos, mas segundo os relatos , alguns alunos encontraram certa dificuldade em organizar o texto, entretanto é unânime a certeza da importância de atividades como estas. Interferi no sentido de fazê-los pensar que a atividade pode ser retomada em vários momentos do dia-a-dia do contexto escolar, e outro aspecto é considerar outras possibilidades de construção lógica do mesmo texto. Outra aplicação foi a das páginas 212, 213 e 214 pelo professor Robson, com a crônica Dona Custódia de Fernando Sabino, que trata de relacionamentos pessoais e sociais. Esse texto num primeiro momento ficaria somente de posse apenas do professor, que teria como missão separar a sala em grupos e preparar descrições físicas e psicológicas de Dona Custódia, empregando apenas frases negativas, lendo ou teatralizando a descrição. Daí, cada grupo escreveria e socializaria o que entendeu que seria Da. Custódia, física e psicologicamente, escolhendo um relator para a tarefa, esse leria para a classe sua descrição. Segundo o relato do professor, alguns fugiram um pouco daquilo que foi passado em relação a Da. Custódia, por isso houve algumas retomadas, após foi mostrado aos alunos o texto inteiro e assim foi oportunizado relacionar aquilo que escreveram com o texto original. As professoras Andréia e Dirce, planejaram e aplicaram as atividades das páginas 130, 131, 133 e 134, a sugestão de explorar os elos de coesão ao tecer um texto em mais de um texto sobre um determinado aspecto do tema “meio ambiente”, numa produção conjunta, explorando bem os mecanismos de coesão, como por exemplo, a retomada de substantivos por pronomes, substantivos e advérbios resumindo idéias etc... O professor também deveria dar pistas para que a continuidade de idéias fosse (re) construída adequadamente pelo leitor. Na socialização dessa aplicação, percebe-se o empenho de cada uma das professoras para que seus alunos realmente percebam o uso dos elementos coesivos e passam a usá-los de forma plena. Salienta-se que a realidade vivenciada por essas professoras é bem precária em relação ao acesso aos materiais de leitura, uma vez que é uma escola na zona rural, onde nem sequer tem uma biblioteca, computador entre outros meios. Daí a importância de um trabalho de muita responsabilidade no sentido de fazer que esses alunos realmente se apossem de forma competente da leitura e escrita. Apresentaram seus relatórios reflexivos, socializaram alguns textos produzidos e fotos desse trabalho. Na discussão, evidencia-se o avanço significativo na aprendizagem a cada etapa vivenciada. Ainda por último, a professora Eunice, aplicou com sua turma a atividade de produção de um artigo científico. Para o desenvolvimento dessa atividade, levou seus alunos a se familiarizarem com esse tipo de texto, trazendo para eles vários temas em forma de artigo científico. Somente após toda essa sistemática, envolveram-se numa produção coletiva desse tipo de texto. Trouxe para a oficina os textos produzidos, que por sinal, ficaram bem elaborados mantendo sempre a coesão e a coerência dos mesmos. A mensagem foi passada de forma clara. Num momento de chamamento para a importância de extrapolar o TP, orientei sobre a importância de estarem buscando outras leituras, principalmente as que são sugeridas no próprio material do gestar. Levei para a oficina dois dos livros indicados: KOCH, I. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989 e PLATÂO e FIORIN. Para entender o texto-leitura e redação. São Paulo: Ática, 1995. Em síntese, a avaliação da formação continuada do Gestar, o que se percebe nas reflexões dos professores cursistas, nas atividades dos alunos e nas colocações de alguns gestores das escolas, segundo o nosso CEFAPRO, é bem positiva. Isso é muito gratificante e nos faz pensar que realmente nossa semente está germinando e frutificando em práticas reflexivas onde a ação/reflexão/ação já são integrantes desse processo. Isso é visível na postura de cada profissional envolvido no programa. O que parecia coisa de outro mundo, algo muito distante, hoje cada cursista sente-se cada vez mais empenhado no seu fazer pedagógico. E muitos além de desenvolver uma das práticas do Avançando na Prática, exigidas para o momento da oficina, acabam por trabalhar mais que uma com sua turma. A reflexão que sempre é colocada nos encontros é a seguinte: “não dá para pensar em formação de apenas um ano” e por isso, é um pedido dos cursistas, que ela seja pensada num processo contínuo, com uma sistemática de trabalho, sendo feito esse acompanhamento que está acontecendo nesse momento com o programa. Como eles próprios colocam, no início houve certa dificuldade de aceitação anteriormente ao conhecimento de toda a didática do programa, mas que isso hoje é coisa do passado, o que mais querem é continuar discutindo e refletindo suas práticas, no entanto de forma organizada e pensada como a formação proporcionada pelo gestar. Finalizamos com os encaminhamentos para próxima oficina e uma conversa sobre a possibilidade de um passeio ao pantanal, uma vez que poucos conhecem de perto essa realidade de nosso Estado. O grupo ficou entusiasmado com a sugestão, e a partir de um projeto, com certeza, concretizaremos essa ideia.








Hora boa! Hora do Lanche!


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