Professora Dirce
Professora Andréia
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
TP 1 - Unidades 3 e 4 "O texto: Intertextualidade"
Para dar início às nossas reflexões, compartilhamos do poema "Tecendo a manhã" (NETO, João Cabral de Melo)
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisa sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
( a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
NETO, João Cabral de Melo. Poesias completas. ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. p. 19 - 20
Tal qual no poema "Tecendo a manhã", de João Cabral de Melo, nosso canto, nossa voz, nossa fala estão emaranhados de outros tantos cantos, vozes e falas, num embricamento tal que, por vezes, nos é difícil identificá-las todas. (Professora Maria Lucia Cavalli Neder - UFMT).
Que essas falas também façam parte de nossas manhãs que, por vez, por certo, ajudarão a construir outras e outras.
Que as nossas manhãs sejam prenúncio de novas manhãs, de novas escolas, de novo país..
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisa sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
( a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
NETO, João Cabral de Melo. Poesias completas. ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. p. 19 - 20
Tal qual no poema "Tecendo a manhã", de João Cabral de Melo, nosso canto, nossa voz, nossa fala estão emaranhados de outros tantos cantos, vozes e falas, num embricamento tal que, por vezes, nos é difícil identificá-las todas. (Professora Maria Lucia Cavalli Neder - UFMT).
Que essas falas também façam parte de nossas manhãs que, por vez, por certo, ajudarão a construir outras e outras.
Que as nossas manhãs sejam prenúncio de novas manhãs, de novas escolas, de novo país..
Algumas atividades práticas Professora Dirce
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
TP 1 unidades 1 e 2 - oficina e práticas
Formadora: Erenil Oliveira Magalhães
Barra do Bugres - MT - Pólo: Tangará da Serra
Data:
Língua: variantes, registro e gramática
Professores cursistas e professora formadora reúnem-se para dar continuidade às discussões acerca dos conceitos trazidos pelo estudo das TPs (caderno de teoria prática), leituras complementares e atividades dos AAAs ( caderno de apoio à aprendizagem).
Iniciamos nossa oficina com a leitura dos textos: “Lecionei a todos eles”- John White tradução e adaptação de Maria Aldina Furtado) e “ A escola Ensina para a vida?” de José Carlos Leal – Os Pássaros Selvagens , com o propósito de colocar em discussão a seguinte idéia: Diante da sociedade atual, qual é o papel da escola nesse novo contexto educacional?
Partindo dos objetivos do estudo das unidades 1 e 2 da TP 1, damos continuidade à nossa oficina, encaminhando uma sequência de questões que resumem o estudo, para que os cursistas pudessem refletir e socializar no grupo, abrindo assim uma discussão. Coloquei em pauta os seguintes questionamentos: como língua e cultura estão relacionadas? O professor de língua portuguesa deve levar em consideração aspectos da variação lingüística? E Qual a importância dessa postura? Como podem ser as formas de registro? O que dizer da norma padrão? Como devem ser trabalhadas as modalidades da língua? Como direcionar atividades de linguagem considerando o estudo das unidades em foco? E o lugar da literatura nas atividades de linguagem?
Levantadas as reflexões expostas acima, e como forma de contribuir para o estudo em pauta, língua/cultura/variação linguística, assistimos à uma apresentação em slide: Chico Bento em “O orador da turma”, objetivando mostrar aspectos da variação lingüística. A partir desse momento, cada cursista contribuiu com a discussão posicionando-se e, essa troca, o grupo pode crescer, consolidando a compreensão dos conceitos.
Continuando, encaminhei mais uma atividade da oficina, a parte lll. partimos para análise do seguinte texto: a crônica “A outra senhora”página 169 (uma proposta de estudo do texto página 170 e 171), partindo da idéia que esse texto apresenta problemas de escrita, segundo os critérios mais rígidos. E assim, novamente, abri para discussões e reflexões.
A partir desse momento passamos à socialização das práticas, atividades vivenciadas no contexto da sala de aula de cada um, e é esse o momento em que a empolgação toma conta de todos os cursistas, pois os mesmos conseguem visualizar o resultado de seus esforços na busca da qualidade na aprendizagem de seus alunos. Esse é um grande diferencial do programa gestar: possibilitar a aplicação teoria/prática, o que não ocorre quando há uma discussão teórica distante da realidade, fica a teoria pela teoria. A sistemática desse acompanhamento, com momentos para trocas, torna-se fundamental se queremos pensar em melhoria de ensino, e um programa com a dimensão que se propõe o gestar, não deve ser interrompido, e sim ser contínuo, pensando sempre na formação do professor.
Houve aplicação das seguintes atividades: Página 23, “Dicionário dos jovens”. Nessa atividade, o aluno é levado a perceber que “o sujeito aprende a sua língua em convívio com a família, amigos, enfim, pessoas que estão ao seu redor e participam do seu cotidiano. Cada um vai assimilando os usos lingüísticos daquele grupo, ainda que construindo a seu modo esse falar” (TP 1, página 23). Segundo os relatos, essa atividade foi bem interessante e houve envolvimento total dos alunos.
Alguns cursistas aplicaram a atividade da página 30. Nessa atividade, o professor, através da leitura de um texto, explora aspectos da significação, a partir da forma de contar ou ler. Ênfases mais adequadas, nas pontuações, procurando o tom e o ritmo mais adequados a cada frase, o olhar direcionado à platéia. Com uma leitura bem feita, o professor pode pedir opinião dos alunos e a produção de sentidos se faz. “Cada uso individual e momentâneo da língua constitui o que chamamos de registro” e o aluno é levado a perceber que isso ocorre em momentos da nossa convivência com as pessoas em espaços diferenciados. Isso é evidenciado no trabalho com o texto sugerido para análise.
Passamos às orientações gerais: sugestão de leitura dos seguintes materiais de apoio: Modelo de sequência didática, Texto: Literatura como leitura na escola (artigo sobre o ensino da literatura), Poesia como estratégia. Dizer da disponibilidade de alguns materiais e se for do interesse de cada um, podem solicitar com a professora Formadora, são eles: “Sofrendo a gramática” (Perini)- “Ensinar ou não gramática na escola” (Ormezinda Maria Ribeiro), “A língua de Eulália”(novela sociolingüística), “A diversidade lingüística e os textos de Chico Bento”, entre outros, é só procurar.
Como sempre, fizemos a avaliação da oficina e todos os cursistas se colocaram. Nas falas, demonstram bastante interesse nas atividades de formação que o programa exige. Vale ressaltar, a formação não está acontecendo como imposição, mas por vontade individual de cada professor e fazem isso com compromisso e principalmente por prazer.
Para finalizar, apresentei algumas frases com problemas de coerência “Frases de jornais”, num tom de humor, mas perfeitamente possível de acontecer. E no contexto da variação lingüística, apresentei em slide “Abraço mineiro” ( Ao final , nos abraçamos, como forma de estreitar a relação formadora/cursista, e cursista/cursista) . Acredito nessa aproximação, e isso facilita o desenvolver das atividades, uma vez que sempre me coloco como mediadora nesse processo (todos podem ensinar e aprender juntos).
Para refletir...
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um Pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético
de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era BITRANSITIVA
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia matei-o com um objeto direto na cabeça.
(Paulo Leminski, "O assassino era o escriba". In Caprichos & Relaxos)
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um Pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético
de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era BITRANSITIVA
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia matei-o com um objeto direto na cabeça.
(Paulo Leminski, "O assassino era o escriba". In Caprichos & Relaxos)
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